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Entrevista com a Fga. Maria do Carmo Gargaglione

Fga. Maria do Carmo Gargaglione
Pós-graduada em Voz, Audiologia e Linguística
Diretora da Divisão de Evidências Digitais e Tecnologia da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do Ministério Público do Rio de Janeiro
Professora do Curso de Inteligência do Exército Brasileiro
Professora da Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro
Professora do Curso de Ciências Forenses da Faculdade de Direito da UFRJ

1) Qual é a atuação do Fonoaudiólogo na equipe Forense?
Diferente da atuação na saúde, na atividade Forense não existe uma atuação multidisciplinar. O perito é autônomo em suas conclusões, pois trabalha exclusivamente no seu campo de saber sem qualquer tipo de hierarquia durante a construção do laudo pericial. O perito será chamado para atuar sobre matéria específica, diferente do que ocorre numa atuação multidisciplinar. Podem ocorrer várias perícias num mesmo fato, como exemplo: num caso de homicídio que teve ameaças prévias, gravações de vídeo e por fim o evento morte, existirão perícias de áudio, vídeo, local de crime, balística, toxicológica e necropsia além de outras demandadas pelo caso em questão.

2) Quais são os caminhos e formações complementares desejáveis para os Fonoaudiólogos que desejam atuar nesta área?
O campo é muito vasto, conhecimento tecnológico, ciências forenses, direito, além de profundo conhecimento dentro de sua formação.

3) Quais são os desafios enfrentados pelos profissionais que se propõem a atuar nesta área?
Percebo que hoje o maior desafio é dentro da própria classe, que desconhece o potencial e não investe numa formação de qualidade. Muitos fonoaudiólogos não sabem como é a atuação forense e ao serem questionados, acabam demonstrando que a profissão ainda precisa amadurecer muito para se inserir no campo.

4) Considerando o mercado de trabalho (Forense), a senhora acha relevante que haja uma introdução à Fonoaudiologia Forense na Graduação em Fonoaudiologia?
Acho de máxima importância! No entanto, precisamos destacar que ser perito não é uma formação e sim uma condição profissional adquirida com experiência, estudo e prática. A graduação tem o dever de informar ao aluno todas as possibilidades e limitações para quem ainda está no início da carreira.

5) Na ausência de demais provas criminais, a perícia fonoaudiólogica pode ser decisiva para a conclusão de um caso?
Todas as provas são válidas num processo. A prova pericial bem produzida, independente da matéria, é considerada por alguns autores como a Rainha da Provas. A fonoaudiologia ocupa o mesmo patamar das demais ciências e hoje se destaca no cenário por conta do crescimento e divulgação de investigações baseadas em arquivos de áudio e vídeo.

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